Artur: — Eu resolvi a situação. Bruno não está arruinado, mas está no exílio. Ele vai aprender.
Ele a puxou da cadeira com firmeza, levando-a para a sala de estar, onde uma grande tela estava montada.
Artur: — Você vai ver a partida dele. Você precisa ver o que acontece com a irresponsabilidade.
No telão, apareceu a imagem do pátio de embarque de um pequeno aeroporto. Bruno estava lá, sozinho, com uma mala de mão e as plantas da vinícola debaixo do braço. Ele parecia cansado, mas seus ombros estavam retos.
Artur pegou o intercomunicador.
Artur: Bruno.
Bruno olhou para a pequena câmera de vídeo no saguão. Ele viu o rosto de Artur, mas sabia que Helena também estava vendo.
Bruno: (Sua voz era baixa e fria) O que você quer, Senhor?
Artur: Quero que você se despeça. E que peça desculpas à Helena por ter envolvido ela na sua loucura.
Helena sentiu um nó na garganta. Ela queria gritar que não era culpa dele.
Bruno: (Ele olhou diretamente para a câmera, mas falando para Helena) Eu não peço desculpas por ter tentado construir algo de verdade, Helena. Eu peço desculpas por ter pensado que você era corajosa o suficiente para ficar ao meu lado.
Artur desligou a transmissão.
Artur: (Ele sorriu, satisfeito com a dor do filho) Patético. Agora, a parte final. A nossa.
Artur tirou um documento do paletó e uma caneta de ouro.
Artur: Este é o Contrato de Confidencialidade e Parceria. Ele garante que tudo o que aconteceu aqui, incluindo a fraude de Bruno e tudo o que acontecer na minha vida e na empresa, será segredo de vocês dois. Você se torna oficialmente minha parceira de confiança, e não pode me deixar por cinco anos sem perder tudo o que ganhou.
Ele a olhou nos olhos.
Artur: Esta é a sua escolha final, Helena. Se você assinar, você tem o poder, o luxo e o futuro que eu prometi. Você se torna a Sra. Sá, no que importa. Mas se você não assinar, eu ligo para a polícia e para o meu advogado agora, e denunciamos o Bruno por desvio de fundos. Sua ambição, Helena, vale mais que a liberdade dele?
O ar na sala parecia esmagador. O luxo, o diamante, a vista da cidade — tudo dependia do movimento daquela caneta. Ela olhou para o documento que aprisionaria sua alma.
Helena lembrou-se do frio do moletom de Bruno, do calor do corpo de Artur, e da frieza do poder.
Ela pegou a caneta.
Sua mão estava fria, mas firme. Ela não hesitou por muito tempo.
Ela assinou o documento com um traço limpo e determinado. O som da caneta arranhando o papel foi o som final da morte do seu idealismo.
Artur a observou, vitorioso, e pegou o documento de volta.
Artur: Inteligente. Você fez a escolha certa, Senhora Sá.
Ele sorriu e a beijou. O beijo era de posse e gratidão. Helena beijou-o de volta, mas ela não sentiu nada. Ela havia comprado seu futuro, mas o preço foi sua liberdade.
Ela olhou para o seu reflexo no espelho da sala. O diamante brilhava intensamente. Ela era poderosa, ela era rica, e ela tinha se tornado exatamente o tipo de pessoa que Bruno havia aprendido a odiar.