Uma Família da Pesada (04)



O sol da manhã inundava o quarto principal da mansão Vilar, transformando o local do frenesi da madrugada em um santuário de luxo e falsa paz. Paulo havia saído cedo para o clube, deixando Joana entregue ao ritual lento de se vestir. Ela estava parada diante do espelho da penteadeira, vestindo uma robe de seda.

A noite passada, com sua urgência e a possessividade de Paulo, ainda vibrava em seus ossos. Era o preço e a recompensa de ser a esposa de Paulo: o domínio brutal era a forma dele de amar, e ela o aceitava. Joana tentava ignorar um leve arrepio de repulsa que sentia pelo ato final, mas rapidamente o substituiu pela satisfação de ter atendido ao seu marido.

Foi então que seus olhos caíram sobre a cômoda de mármore branco.

Entre seu frasco de perfume favorito e a caixa de joias, algo estava fora do lugar. Era uma abotoadura de prata. Não uma peça simples; era pesada, com um trabalho de filigrana incomum, o tipo de luxo discreto que Lucas, o enteado, usava em ocasiões formais.

O coração de Joana disparou, um tambor furioso contra suas costelas.

A abotoadura era um objeto masculino. Lucas. E ela não estava ali quando ela foi dormir. Isso significava que... ele esteve ali. Não apenas na porta.

Seu olhar varreu o quarto. Ele poderia ter entrado para deixar a peça antes de ela voltar da “ligação”, mas a abotoadura estava limpa, brilhante, e o cheiro de loção pós-barba de Lucas parecia pairar sutilmente no ar. Ele esteve ali depois. Depois que ela e Paulo...

A cor sumiu do rosto de Joana. Ele não apenas a tinha observado; ele tinha entrado no epicentro de sua intimidade e deixado uma prova de sua invasão. A abotoadura não era um erro; era uma mensagem. Eu estava aqui, e eu vi o que o meu pai te faz fazer.

Joana pegou a peça, sentindo-se suja e exposta. Seu primeiro instinto foi gritar, mas o pânico a congelou. Se Paulo soubesse, a discrição do casamento estaria em risco, e ele jamais perdoaria Joana por uma invasão tão humilhante. Ela tinha que gerenciar isso sozinha.

Pegando o telefone, enviou uma mensagem a Lucas, a única maneira segura de confrontá-lo na casa:

Joana (10:15): Encontrei algo que não me pertence na minha cômoda. É seu. Quero que venha buscar agora, no meu closet. Deixe a porta aberta. Sozinho.

Não demorou um minuto para a resposta de Lucas:

Lucas (10:16): É meu, sim. Não se preocupe, madrasta. Eu sei exatamente o que é meu.

O tom desafiador e sensual da mensagem a fez sentir vertigem. Joana se dirigiu ao closet, uma divisão luxuosa e isolada, o cenário perfeito para um confronto silencioso.

Lucas apareceu à porta segundos depois, vestindo uma camisa de algodão leve. Ele estava calmo, absurdamente calmo, com o ar de quem havia acabado de vencer uma partida.

“Achei que o objeto te daria sorte, Joana,” ele disse, sem sequer mover a voz.

Joana se virou, a abotoadura em sua mão. Seus olhos faiscavam de medo e fúria.

“O que você pensa que está fazendo? O que você viu?”

Lucas deu um passo à frente, o closet parecia de repente muito pequeno. Ele não respondeu à pergunta diretamente.

“Sei o que vi, madrasta. E sei o que meu pai exige de você,” ele disse, aproximando-se da área onde ela guardava a lingerie. Ele deslizou o dedo por um sutiã de renda preta. “Ele te vê como... um investimento que ele controla. Você é a mulher que se veste de seda para ser possuída. Eu te vi ontem, e você estava linda.”

Ele se virou para ela, e a intensidade de seu olhar era quase física.

“Mas você não estava feliz. Não de verdade. Estava cumprindo ordens. Meu pai te trata como uma vagabunda que ele comprou. E o que você fez no final... isso foi humilhação, não prazer. Você não merecia aquilo.”

O ar sumiu dos pulmões de Joana. A menção ao ato final da noite, algo que ela tentava suprimir, foi um golpe certeiro. Ele não apenas viu, ele entendeu o jogo de poder, e o chamou pelo nome.

“Você não sabe de nada sobre o meu casamento,” ela sibilou, mas sua voz não tinha força.

Lucas sorriu, um sorriso pequeno e perigoso. Ele estendeu a mão para pegar a abotoadura, e quando o fez, seus dedos se fecharam em torno da mão de Joana por um segundo muito longo.

“Sei o suficiente para saber que você tem segredos, Joana. E agora, esse segredo é nosso. Eu vi a mulher que ele submete. Eu vejo a mulher que ele não faz feliz. E eu sou o único que sabe. Se o papai descobrir que eu estava aqui… quem será o problema? O filho curioso… ou a esposa com segredos?”

O pânico de Joana era substituído por uma onda confusa de excitação e vulnerabilidade. Ele não a estava chantageando; estava se posicionando como seu confidente perigoso. Ele a via como uma mulher não satisfeita, não como uma madrasta.

Lucas soltou a mão dela, pegando a abotoadura e guardando-a no bolso. “Se me der licença, tenho aula. E não se preocupe. Sou bom em guardar segredos. Especialmente os que envolvem algo tão lindo quanto você.”

Ele saiu, deixando a porta do closet aberta.

Joana permaneceu imóvel. A abotoadura se foi, mas o toque dele permaneceu em sua pele. Ela havia sido exposta e, em vez de correr para Paulo, sentiu um impulso perigoso de proteger Lucas. Ela não contaria ao marido. Não podia.

Ao tomar a decisão de guardar o segredo da invasão, Joana aceitou o primeiro passo na cumplicidade proibida. O jogo de Lucas havia funcionado: ele não era mais o enteado; era o jovem com um segredo potente, e a única pessoa na mansão que a via nua e não exigia nada em troca... ainda.


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Ficha do conto

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mvoliveira

Nome do conto:
Uma Família da Pesada (04)

Codigo do conto:
247687

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
22/11/2025

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