Será na viagem??? (9) - E agora???

Capítulo 9: O Bar Aquático e a Partida Súbita
A área da piscina fervilhava sob o sol da manhã. Darlene, em seu biquíni azul turquesa, irradiava uma confiança renovada, e a viu brilhar no olhar de Rafaela e Eduardo. Os filhos já a haviam ultrapassado, correndo para a água onde Saráh os esperava. Os três jovens se engajaram imediatamente em uma animada guerra de bolas d'água, a risada deles servindo de trilha sonora para o dia.

Darlene e João se cumprimentavam com cordialidade quando o toque urgente do celular dele interrompeu a conversa. Ele atendeu, e a mudança em seu rosto foi instantânea.

"Entendi. Chego o mais rápido possível," disse ele, encerrando a ligação. "Pessoal, sinto muito. Tive uma emergência na empresa, preciso voltar para a cidade agora mesmo."

O anúncio foi rápido e pragmático. João se apressou em se desculpar. Ele se abaixou para dar um beijo na testa de Saráh, que protestava levemente, e depois se dirigiu a Ana Maria.

"Ana Maria, meu amor, me desculpe. Por favor, fique e aproveite o dia. Leve as crianças para almoçar. Eu volto amanhã de manhã, se tudo der certo." Ele a beijou rapidamente e se foi, deixando para trás um rastro de pressa e um vazio repentino.

Ana Maria observou o marido se afastar. Havia em seus olhos uma expressão complexa: uma ponta de frustração pelo corte abrupto na folga, mas um brilho de liberdade quase culpado. Ela então se virou para Darlene, que observava a cena com interesse.

"Bom, parece que a vida tinha outros planos para João," Ana Maria comentou, com um sorriso sutil. Ela indicou o bar aquático, onde as risadas dos jovens eram momentaneamente abafadas pela música ambiente. "O suco de melancia ainda está de pé? E acho que o ódio pela rotina também."

Enquanto caminhavam, a distância entre elas era mínima. A cada passo, Darlene olhava para a piscina, onde Eduardo e Rafaela pareciam perfeitamente felizes na companhia de Saráh. A imagem de seus filhos independentes era a permissão silenciosa que ela buscava.

Sentadas nos bancos submersos do bar, Ana Maria foi direta, sem preâmbulos.

"Turquesa," ela sussurrou, fixando o olhar no biquíni de Darlene. "Você tem um brilho que não é do sol. E agora, a atitude ganhou um dia inteiro de liberdade, Darlene. Sem maridos ou planos."

"Talvez eu tenha," respondeu Darlene, sentindo a adrenalina subir.

"Não era uma pergunta filosófica," continuou Ana Maria, o tom baixo e sedutor. "Era um convite. Nossos filhos estão bem ali," ela apontou discretamente para o grupo, que estava distraído jogando vôlei na piscina. "Eles estão criando suas próprias vidas. Nós, agora, podemos criar a nossa, pelo menos por um dia."

Ana Maria mexeu o gelo em seu copo. "Estamos livres, Darlene. O que você quer fazer com a sua liberdade?"