Ele voltou para o loft, o cenário de sua paixão destruída. O apartamento, que antes vibrava com a memória de Elara, agora era a prova da sua humilhação. Silas pegou a camisa de seda que ele havia rasgado da primeira vez (na versão anterior) e a jogou na lareira. Ele não queria queimar a memória de Elara; queria queimar a imagem do idiota que havia acreditado nela.
A verdade era simples e brutal: Elara preferiu o poder de Vane à paixão deles. Ela trocou o fogo da entrega mútua pelo conforto frio do status e do domínio. Vane a comprou usando o sexo como contrato.
Silas se despiu, parando em frente ao espelho do quarto. A imagem refletida não era mais a do amante apaixonado. Era um predador com os olhos injetados de raiva e uma determinação doentia. Ele viu o corpo que Elara havia amado, e ali, naquele corpo, ele encontrou a arma.
— Ele usou o poder para me roubar — rosnou Silas para o próprio reflexo. — Eu vou usar o desejo para roubar tudo dele.
A vingança não seria por justiça; seria por degradação. Ele não queria que Vane fosse preso; ele queria que Vane sentisse a mesma humilhação, o mesmo roubo íntimo que ele acabara de sentir.
O Silas que conhecia os tabus e os limites da moralidade sumiu. Em seu lugar, surgiu um estrategista sensual, alguém que usaria o erotismo não para amar, mas para destruir.
O primeiro passo era mapear a vida de Arthur Vane. Não o império financeiro, mas o império doméstico. Vane era obcecado pela imagem de homem de família, inabalável.
— O que ele mais preza é a fachada, a moralidade que ele finge ter — sussurrou Silas, vestindo um terno sob medida, como uma armadura nova e letal. — E o que ele mais esconde é o que eu vou expor.
Silas não buscaria Elara. Ela havia se tornado o prêmio de Vane. Agora, Silas iria atrás do troféu de Vane: a mulher, o filho, o braço direito... alguém importante, que, quando caísse, levaria a fachada inteira de Arthur Vane junto.