Será na viagem??? (Segundo Ato Completo) 11-20



Um Fim de Semana Inesperado

Quando Darlene entrou no quarto 512, foi imediatamente envolvida por um ar de intimidade carregada. O ambiente era fresco, o ar-condicionado em contraste com o calor úmido que Darlene trazia da piscina, e o quarto tinha a ordem impessoal e luxuosa típica de um hotel.

Ana Maria fechou a porta atrás delas com um clique significativo. O som agudo selou o ambiente, criando um isolamento total, um espaço dedicado apenas às duas, longe de piscinas, filhos e maridos na estrada.

Ana Maria não hesitou. Sem palavras, ela se aproximou, e Darlene sentiu o corpo de Ana Maria, ainda fresco da água, contra o seu. O cheiro de protetor solar e a água salgada que se misturava ao perfume de Ana Maria era inebriante.

As mãos de Ana Maria subiram pela saída de praia de Darlene – um tecido leve e fino que cobria o biquíni turquesa. Ela deslizou o tecido para os lados, afastando-o da pele de Darlene, revelando o decote do biquíni e a pele macia da clavícula. Seus dedos percorreram a pele, deixando um rastro de desejo ardente.

Darlene ofegou, surpresa com a velocidade e a decisão do toque. A atração que havia sido sutil e verbal durante toda a noite e manhã explodiu em uma necessidade física e urgente.

"Você veio", sussurrou Ana Maria, a voz rouca, os lábios roçando a orelha de Darlene. A pergunta não era de surpresa, mas de confirmação da entrega.

Darlene mal conseguiu respirar. Seus olhos se fecharam enquanto ela inclinava a cabeça para receber o beijo de Ana Maria. Aquele beijo era a resposta clara à pergunta que pairava sobre a piscina, a consumação da liberdade que ela havia escolhido.

O beijo era profundo e exigente. A delicadeza da noite havia desaparecido, substituída por uma urgência que Darlene há muito havia reprimido. As mãos de Ana Maria abandonaram a saída de praia e se aninharam na cintura de Darlene, puxando-a para mais perto. O corpo de Darlene respondeu imediatamente, rendendo-se à paixão proibida e inesperada.

Ali, no quarto 512, Darlene não era mais a mãe responsável nem a observadora silenciosa. Ela era apenas Darlene. E estava vivendo o seu próprio enredo.

Longe do silêncio cúmplice do quinto andar, a piscina fervilhava com a despreocupação da juventude. Rafaela, Eduardo e Saráh estavam imersos em uma partida intensa de vôlei aquático.

Rafaela, com seu ar naturalmente competitivo, comandava a defesa, mas estava visivelmente inquieta. A demora da mãe, que havia saído para buscar protetor solar, já passava da meia hora.

"Sua mãe está demorando para um 'protetor solar e um livro', hein?", comentou Saráh.

"Sim. E ela deixou o celular aqui. Isso não é normal", respondeu Rafaela, desconfiada.

Ela estava prestes a sugerir a Eduardo que fossem dar uma olhada no quarto, quando Saráh sentiu o celular da mãe vibrar na espreguiçadeira. Ela saiu da água, pegou o aparelho e leu a mensagem.

Saráh riu, uma risada leve e um tanto misteriosa. "Problema resolvido. Minha mãe mandou mensagem." Ela nadou de volta para a borda e leu o texto em voz alta.

"Ela escreveu: 'Saráh, sua mãe e eu fomos dar uma escapada rápida na cidade para fazer umas comprinhas. João está fora. Avise os meninos para ficarem com você. Voltamos antes do jantar.'"

Rafaela sentiu o corpo relaxar com um alívio quase teatral. As compras. O motivo mais banal e menos comprometedor para a ausência da mãe.

"Compras? Com a sua mãe? Que bom!", Rafaela exclamou, quase agradecendo aos céus. "Eu tinha combinado de encontrar uma banda de amigos mais tarde. Agora não preciso me preocupar em deixar o Edu sozinho!"

Saráh, no entanto, olhou diretamente para Eduardo. Seus olhos brilhavam com malícia e diversão. "Parece que nós três estamos por conta própria até o jantar. E, Eduardo, como é seu aniversário... acho que a gente pode pensar em atividades mais... criativas do que vôlei aquático, não acha?"

A cumplicidade entre os jovens era imediata. Eduardo sorriu, captando o tom. "Eu concordo plenamente, Saráh. Muito mais criativas."

O mundo dos filhos, enfim, havia se tornado tão livre e cheio de possibilidades quanto o das mães no quarto 512.


A notícia de que as mães haviam saído para fazer "compras" na cidade solidificou a sensação de liberdade.

Rafaela, sentindo-se a responsável oficial, pegou a toalha e se secou apressadamente. "Eu preciso ficar umas duas horas fora, no máximo."

Ela deu um olhar severo para o irmão. "Vou passar na suíte. Vocês dois me esperam lá, e se quiserem fazer algo, façam lá. Mas fiquem no quarto. Juro que se eu voltar e encontrar alguma bagunça, ou se você estiver bêbado, você vai passar os 18 anos na cadeia, Eduardo."

Rafaela recolheu apressadamente a bolsa da mãe – o celular dela incluído – e se dirigiu ao elevador. Seu desejo era ir ao encontro que havia marcado, um homem que ela conhecera no bar.

Assim que Rafaela desapareceu, Eduardo e Saráh se entreolharam.

"Duas horas", disse Saráh, mergulhando o rosto na água. "Tempo suficiente para o que, exatamente?"

Eduardo saiu da piscina com uma agilidade repentina. "Vamos esperar a Rafaela na nossa suíte. É muito mais confortável, e temos uma TV enorme. O que você acha?"

Saráh aceitou a mão dele sem hesitar. "Acho que a televisão vai ser a última coisa que a gente vai ligar, Eduardo."

Enquanto os dois se dirigiam para os elevadores, Rafaela já corria pelo corredor, ansiosa por encontrar o homem que a esperava. Aquele fim de semana, afinal, era sobre a descoberta e a liberdade de todos.


Rafaela estava prestes a virar o corredor, quando o celular de Darlene vibrou. Não era uma ligação, mas uma mensagem no aplicativo de chat.

Rafaela, Não podemos nos ver no hotel. O risco é muito alto aqui. Me encontre na Pousada Brisa do Mar, perto do Mini Golf. Quarto 24. Estarei te esperando lá. Temos pouquíssimo tempo. Não demore.

Sair do hotel era arriscado, mas a ideia de um segredo tão grande, a poucas quadras, era irresistível. Rafaela pegou um táxi.

Dez minutos depois, ela estava batendo na porta do Quarto 24 da Pousada Brisa do Mar.

A porta se abriu imediatamente.

Rafaela paralisou. O homem que a atendeu usava apenas um roupão de banho branco, folgado e aberto. Ele estava descalço, com o queixo por fazer.

Ele se virou, e o sorriso amigável que ele usava na piscina havia desaparecido.

Era João, o pai de Saráh.

O ar no quarto se tornou rarefeito. Rafaela cambaleou para trás, os olhos arregalados de horror e incredulidade.

A surpresa de João ao ver Rafaela era tão grande quanto a dela. Ele fez um movimento instintivo para fechar o roupão, mas a dignidade já estava perdida.

"Rafaela?! O que diabos você está fazendo aqui? Onde está Darlene?"

A pergunta de João pairou no ar, carregada de uma hipocrisia que feria. O Quarto 24 da pousada testemunhava o início de um vendaval.


Enquanto Rafaela estava na pousada, Eduardo e Saráh subiram para a suíte.

"Uau. Isso é melhor do que a piscina", disse Saráh, entrando e fechando a porta.

A atração que vinha se construindo desde a noite anterior era o único assunto real. Saráh foi ao minibar e tirou uma garrafa de vinho branco.

"Eu acho que a gente não pode contar com as regras chatas da sua irmã para se divertir, Eduardo", disse Saráh. "Seus pais deixam você beber?"

"Tecnicamente, eu sou adulto hoje. E sim, eles deixam," respondeu Eduardo.

Saráh serviu o vinho. "Ao seu aniversário, Eduardo. E à sua liberdade."

Eles brindaram. O vinho gelado era o catalisador que faltava.

Saráh ficou parada a centímetros de Eduardo. "Talvez você precise de alguém para te mostrar como é a liberdade, Eduardo."

Ela se inclinou lentamente. Os lábios dela encontraram os dele, não com a pressa de um flerte adolescente, mas com a certeza de quem sabia o que queria. O beijo foi longo, quebrando a última barreira de formalidade.

A televisão, de fato, não seria ligada.

No Quarto 24, Rafaela viu o uísque caríssimo e atacou.

"Sigiloso? Numa pocilga dessas, bebendo uísque que comprava o aluguel de três meses aqui? O senhor acha que eu sou idiota, João? Você é um hipócrita."

Ela exigiu um gole do uísque e João, coagido, deu-lhe o copo.

Rafaela bebeu, sentindo o álcool aquecer seu peito. Ela o confrontou sobre a mensagem.

"Ótimo. O senhor e eu temos os nossos segredos, João. Mas tem uma coisa que não entendi, e vou perguntar uma vez só, e o senhor vai me dizer a verdade. Por que diabos o senhor estava mandando mensagem para a minha mãe?"

João não conseguiu negar que estava marcando um encontro com Darlene.

"E o senhor pretendia... transar com a minha mãe aqui neste quarto, enquanto a sua esposa achava que o senhor estava numa reunião importante e eu cuidava da sua filha? Foi isso, João?"

Rafaela deu um sorriso lento, o uísque dando um brilho perigoso em seus olhos. Ela se levantou e caminhou lentamente até João.

"Pense bem, João. Ela te esnobou no restaurante, e agora saiu para 'compras' com a sua esposa. Ela não quis o seu encontro."

Rafaela parou a centímetros dele.

"Mas eu estou aqui, João. E eu quero o meu segredo. O que acontece se eu... substituísse a Darlene?"

A proposta ousada e a proximidade súbita fizeram João cambalear para trás. O olhar de Rafaela era de pura determinação.

No quarto 512, Darlene e Ana Maria haviam acabado de se vestir, o silêncio preenchido pela euforia.

Quando Darlene pegou a bolsa, o celular tocou. Era Rafaela.

"Mãe, eu liguei só para avisar que a banda adiantou o show. Eu tô indo com eles pra cidade agora, no centro. Vou curtir o show e chego mais tarde, lá pela meia-noite. Não se preocupem com a gente, o Edu tá aqui com a Saráh."

Darlene e Ana Maria trocaram um olhar de alívio. A mentira de Rafaela lhes comprava tempo.

Elas deixaram o quarto separadamente. Enquanto isso, Rafaela, após desligar o telefone, não estava em uma van de banda, mas sim no Quarto 24 da Pousada Brisa do Mar.

Na Pousada Brisa do Mar, Quarto 24...

Rafaela, com a coragem do uísque, atacou.

"Não. Chega. Eu não vou fazer isso. Não com você. Eu não sou... eu não sou esse tipo de homem," balbuciou João, tentando resistir.

Rafaela ignorou. Seu corpo era puro desafio. Ela passou os braços por baixo do roupão, envolvendo-o. Ela se alongou e o beijou, um beijo rápido e ousado.

Aquele toque foi o ponto de não retorno. O esforço de João para resistir desabou sob o peso da surpresa e da atração proibida. O roupão caiu, e a hipocrisia de João desmoronou junto com ele.

O que se seguiu não foi romântico. Foi uma troca de poder desesperada e proibida, a consumação da vingança e de uma atração que não deveria ter existido. Era a prova física de que Rafaela era tão livre para quebrar as regras quanto Darlene e Ana Maria.

Rafaela, com a respiração ofegante, apressou-se em se vestir.

"Acabou," Rafaela disse, sem emoção. "Agora, vamos aos termos."

Ela foi rápida e eficiente. "Eu vou dizer à Ana Maria que o encontrei numa lanchonete da estrada e que o senhor já estava indo embora. Mas em troca, o senhor nunca mais vai insinuar nada sobre mim ou meu irmão. E se Saráh estiver feliz, o senhor não vai estragar. A gente guarda os segredos um do outro."

João assentiu, sem voz.

Rafaela irrompeu na suíte da família com a chave. O prazo de "duas horas" havia se esgotado.

Eduardo e Saráh estavam no sofá, dormindo abraçados sob um cobertor. Não havia desordem, apenas a calma inocente do sono da tarde.

Ela estava prestes a acordá-los, quando ouviu a porta de correr da sala se abrir, revelando Darlene e Ana Maria.

"Rafaela! Que bom que você voltou! O show foi bom?", perguntou Darlene, a voz cheia de euforia.

"Sim, mãe. O show foi... agitado. Me desculpem pelo atraso," mentiu Rafaela.

Darlene assentiu, abraçando Rafaela. "É verdade. O show foi na cidade, né? Você viu a loja de antiguidades perto do Mini Golf? Quase compramos um relógio lá!"

O coração de Rafaela gelou. Mini Golf. A Pousada Brisa do Mar. O Quarto 24. João.

"Não, mãe. Eu não vi a loja de antiguidades", respondeu Rafaela, olhando diretamente para Ana Maria. "Mas parece que o Mini Golf é um lugar bem popular para 'escapadas'."

A cumplicidade de Ana Maria desapareceu. Ela percebeu a indireta e olhou para Rafaela com um choque gélido. Darlene, alheia à tensão, olhava de uma para a outra, confusa.

O fim de semana de segredos não estava completo. Estava apenas começando.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Será na viagem??? (Segundo Ato Completo) 11-20

Codigo do conto:
245884

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
29/10/2025

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