Já se vão seis meses. Agora, praticamente morávamos juntos no meu kitnet no Barro Preto. Nossa vida tinha se encaixado em uma rotina que alternava o amor sincero com a luxúria extrema. Fazíamos planos para o futuro, e eu me sentia um homem finalmente completo, apesar de completamente entregue aos caprichos de Viviane. Ela era o meu vício, a minha terapeuta sexual, e eu era o seu porto seguro (e seu brinquedo sexual). Eu estava tão envolvido pela Viviane de dentro de casa, pela beleza do seu corpo perfeito e pela volúpia que me entregava na cama, que esquecia a Viviane fora de casa.
Ela continuava a me surpreender com sua volúpia, mas o sexo público havia diminuído um pouco, o que aliviava minha insegurança. Eu já tinha me acostumado ao seu desaparecimento da casa dos pais, mas a minha mente, tomada pelo sexo, mal processava a logística disso. No momento, a única coisa que importava era Viviane e seu sorriso.
Um dia, ganhei uma folga inesperada no trabalho. Decidi fazer uma surpresa para Vivi em seu emprego, a loja de tintas no Centro, e levá-la para uma pizzaria. A ideia de surpreendê-la com um gesto de carinho me enchia de satisfação; eu queria mostrar que, apesar de todo o sexo selvagem, eu era o seu homem.
Quando cheguei ao balcão de recepção, a loja estava calma. Fui perguntar por Viviane. Um rapaz com um sorriso debochado, mais alto do que eu, me atendeu. A maneira como ele sustentava o olhar transmitia uma arrogância sutil que me incomodou de imediato, uma superioridade que eu, no meu eu antigo, jamais confrontaria.
"Pois não? Viviane não está no balcão agora. Quem a procura?" ele perguntou.
Eu disse meu nome, meu peito estufando de orgulho por ser o homem dela. Ele, então, segurou o riso e fez uma pausa dramática.
"Ah, o marido. Sua esposa é uma funcionária de primeira, sabe? Deixa todo mundo feliz por aqui," ele disse, a entonação da palavra "feliz" carregada de uma ironia tão evidente que fez minha nuca formigar. O cinismo na sua voz atingiu meu ponto mais fraco: a minha velha insegurança.
Na hora, eu sorri, tentando parecer feliz pelo reconhecimento, mas a frase dele – e o jeito que ele mal disfarçava o escárnio – plantou um nó de gelo no meu estômago. Eu comecei a reviver a cena do cinema: aquele mesmo sentimento de estar sendo observado, de ser o elemento externo em um segredo compartilhado por outros homens.
Enquanto esperava por ela, os olhares dos outros funcionários se tornaram um peso. Notei alguns comentários abafados e sorrisos que sumiam quando meus olhos se dirigiam a eles. Eu cheguei a ficar desconfortável, sentindo que eu, o namorado/marido, era o objeto de uma piada interna bem ensaiada. Eu tinha a mulher mais linda e volúptuosa de Belo Horizonte em casa, mas no trabalho dela, eu parecia o otário.
Viviane surgiu. Seus olhos esverdeados se iluminaram de felicidade genuína ao me ver. Ela me beijou com vontade, um beijo gostoso e demorado, na frente de todos. Meu coração se acalmou um pouco com a prova de seu afeto.
Neste instante, outro rapaz, moreno e forte, que eu nunca tinha visto, se aproximou. Ele era o oposto do primeiro: direto, com uma confiança intimidante.
"Fala, Vi! Não vai nos apresentar?" ele perguntou, o tom descontraído, mas com um brilho penetrante no olhar, como se me avaliasse.
Viviane, toda sorridente e segura, me abraçou e disse: "Claro! Esse é o meu marido." A palavra parecia estranha e vazia naquele ambiente, quase um título cerimonial.
O rapaz apertou minha mão, com uma força excessiva, quase esmagadora, na tentativa de me diminuir. Ele me encarou nos olhos por um segundo a mais do que o necessário, e o sorriso dele parecia um desafio direto, uma saudação agressiva, de macho para macho, como se estivesse testando minha virilidade e minha posse.
Viviane nos puxou para fora dali. Ela continuava tagarelando sobre o passeio, sobre a pizza, mas eu estava em silêncio. O ciúme, antes apenas uma pontada de luxúria proibida no cinema, agora se instalava como uma suspeita concreta. Os comentários, os olhares, o aperto de mão... Tudo gritava que a Viviane do trabalho não era apenas uma recepcionista dedicada.
A minha amada em casa, a deusa do meu prazer, era a "funcionária de primeira" que deixava "todo mundo feliz" na loja de tintas. E eu era o único que não sabia a extensão do seu jogo, ou até onde ela havia levado a sua necessidade de ter plateia. Minha insegurança, que ela havia curado com sexo, voltava agora como um veneno lento e ardente.
Comemos a pizza, mas a minha mente estava distante, remoendo os olhares. Chegando em casa, após o banho, deitei Viviane na cama. Eu precisava tomá-la, provar para mim mesmo que ela era minha, que o aperto de mão do outro cara não significava nada.
Fui saborear minha linda esposa. Comecei beijando seus pés maravilhosos. Hoje ela era minha, eu queria aproveitar toda essa beldade que tenho em meus braços. A beijava e lambia seu corpo inteiro, subindo pelas pernas firmes e torneadas, até chegar em sua boceta.
Lambia, chupei, suguei. Ela segurava minha cabeça, gemendo e pedindo: "É isso, meu amor, que delícia, me arromba, me faz te dar melzinho nessa boca safada!" Eu mergulhei no seu cheiro e no seu prazer, tentando afogar as dúvidas no ato da adoração.
Então, parei subitamente. A virei de costas, ela resistiu um pouco, mas eu consegui, devido à diferença de força. E mais uma vez, comecei a beijar a sola dos seus pés, subindo até chegar em sua bunda linda e de pele lisinha.
Neste momento, notei algo que quebrou minha concentração: sua pele, geralmente imaculada, estava com algumas marcas, como se ela tivesse batido a bunda em algo. Havia pequenos roxos nas coxas e na base das nádegas. Eram marcas que não eram minhas, não eram da nossa noite anterior.
Eu não iria perguntar, não ali. Apenas escutava ela gemendo e tentando me atrair de volta. Eu continuei o beijo em sua boca, e ela arrebitou, pedindo mais. Comecei a chupar sua boceta melada, e então minha língua deslizou por seu cuzinho rosinha. Era a primeira vez que explorava aquela área.
Ela gemeu alto, um som diferente, mais agudo. Dediquei mais tempo ali, e quando meti minha língua, notei que ela deslizou para dentro sem esforço algum. Viviane ficou maluca, rebolava e implorava: "Me come, meu homem, por favor! Me fode!"
O prazer era tanto que as marcas, os roxos, os olhares do trabalho, tudo sumiu. Tirei meu cacete, cuspi na cabeça e fui posicionando para a penetração anal. Como nunca tínhamos feito, achei que seria complicado, mas meu cacete deslizou, sem esforço algum. Cheguei ao fundo da sua bundinha e ela gemia gostoso, uma sinfonia de dor e prazer.
Juro que foram no máximo seis metidas e eu gozei alucinadamente, meu corpo tremendo. Ela, desesperada de prazer, continuava rebolando e impulsionando sua bundinha contra mim, mesmo eu estando estático, paralisado pelo gozo.
Instintivamente, na confusão do prazer e da dominação, dei um tapa forte em sua bunda. Ela então gozou pelo cuzinho, urrando de prazer, gemendo feito puta, tremendo, e desabou na cama. Eu caí em cima dela, ofegante.
"Te amo, amor, você é o homem da minha vida! Que delícia, meu homem, que tesão você me deixa!"
Mas eu, devido à minha insegurança, já fiquei todo encucado. O sexo foi avassalador, mas as marcas na pele dela e a facilidade do anal plantaram uma dúvida corrosiva. Apagamos logo depois daquela gozada, mas o meu sono estava longe de ser tranquilo. As vozes do trabalho, os roxos e o riso debochado do atendente zumbiam na minha cabeça.





