De Voyeur à Incesto. (3) - Como começou!!!!!

Aconteceu naquele verão. O calor era uma presença física na casa, e o ar-condicionado parecia só funcionar nos sonhos. Com a mãe fora, a casa era deles, e o silêncio era uma permissão perigosa.

Marcos estava na sala de estar, a camisa colada nas costas suadas. Ele folheava uma revista, mas seus olhos sempre encontravam Joana, sentada no chão, os cabelos longos e úmidos presos frouxamente, deixando a nuca à mostra. Ela usava um short de algodão e uma camiseta fina que, a cada movimento, revelava uma nova linha do corpo que ele conhecia há dezenove anos, mas que de repente parecia incrivelmente novo, e proibido.

Eles falavam de banalidades, mas cada palavra era um disfarce. O verdadeiro diálogo acontecia nos olhos, em pequenos desvios e encontros que duravam meio segundo a mais do que deveriam.

Joana se levantou para buscar água. Ao passar, o braço dela roçou o dele. O contato foi leve, mas uma faísca elétrica percorreu o corpo de Marcos. Ele fechou a revista com um baque seco.

"Está quente demais", Joana murmurou ao voltar, pegando um cubo de gelo do copo e roçando-o na têmpora.

"Sim", Marcos concordou, a voz rouca. "Insana."

Ela se inclinou sobre o sofá para desligar o abajur, e a proximidade foi instantânea. A diferença de altura entre eles a colocou exatamente no nível dos olhos dele, e ele sentiu o cheiro do suor dela, misturado ao perfume suave. Era um cheiro íntimo, familiar, e agora, intoxicante.

Joana se demorou. Olhou para a boca dele, então para os olhos. Não havia tristeza, não havia luto. Havia apenas a atração brutal e a adrenalina do não-dito que sempre existiu entre eles, agora amplificada pelo isolamento e pelo calor.

Ela quebrou o silêncio, mas não verbalmente. Sua mão, que estava apoiada no encosto do sofá, desceu e tocou a perna dele, bem acima do joelho. Foi um toque deliberado, um convite direto que desafiou a regra mais fundamental de suas vidas.

Marcos respondeu no mesmo instante. Ele não pensou no parentesco, no pai, na mãe. Ele só pensou no calor dela, no que ele tinha desejado em silêncio por meses, talvez anos. Ele a agarrou pela cintura, puxando-a para baixo com uma urgência inesperada.

O beijo foi faminto, desesperado. Não havia tempo para delicadeza. A cumplicidade do passado se transformou em uma explosão de desejo reprimido. O ar-condicionado parou de importar; eles eram o próprio calor.

Eles caíram no sofá, entrelaçados. Joana rasgou a camiseta fina de Marcos, as unhas arranhando a pele tensa de suas costas enquanto a mão dele deslizava sob seu short de algodão. A proibição era o tempero mais poderoso, e a eletricidade entre eles era a única luz na sala.

O ato foi rápido, intenso, e tingido com a adrenalina do sigilo. Não foi a doçura do romance, mas a necessidade crua e proibida de dois corpos que se conheciam intimamente, mas que se desejavam como estranhos.

No instante em que acabou, o silêncio não foi de choque, mas de cumplicidade satisfeita. Joana suspirou, o hálito quente em seu pescoço. Eles sabiam que tinham cruzado uma linha que não poderiam desfazer.

"Nunca aconteceu", ela sussurrou, a voz ofegante, mas firme. Era a regra deles.

"Nunca", Marcos concordou, abraçando-a com força, o corpo suado, o coração ainda disparado. O segredo deles não era uma vergonha; era um laço de prazer clandestino, um tesouro que só os dois conheciam.