O quarto de Joana era a terceira porta à esquerda. Ele parou, respirando fundo para acalmar o ritmo cardíaco ensurdecedor. O corredor estava silencioso. A porta estava, conforme prometido, apenas encostada.
Ele empurrou.
Joana já estava lá, de costas para a porta. O short e a camiseta fina do café da manhã estavam no chão. Ela vestia apenas uma calcinha preta de renda, o corpo se curvando enquanto ela pegava algo na cômoda. Sua pele clara, o formato de seus quadris e a curva de sua coluna eram uma visão que roubou o ar de Marcos.
Ela se virou. O olhar não era de flerte, mas de uma necessidade implacável. Sem palavras, ela veio em sua direção.
Marcos fechou a porta com o mínimo de ruído possível, mas o clique do fecho parecia um tiro no silêncio da casa.
Ela o agarrou pela camisa, a boca na dele com uma ferocidade imediata. O beijo era a linguagem que eles usavam para falar sobre o segredo.
"Rápido", ela sussurrou, a boca quase colada no pescoço dele. "Se ela subir..."
O risco iminente era a droga mais poderosa. Não havia tempo para carícias lentas; havia apenas a urgência de dois corpos em chamas. As mãos dele rasgaram a camisa abotoada, os botões voando pelo carpete. Joana se afastou apenas para puxar a calcinha, deixando-a cair.
Eles caíram na cama. Os lençóis, testemunhas de tantas noites solitárias, agora abrigavam o calor proibido.
O desejo era uma onda, e a proibição era a crista dessa onda. Cada movimento era intenso e apressado, mas a cada som que Joana tentava abafar, eles paravam.
Primeira Pausa: O gemido contido de Joana. Eles congelaram, ouvindo. O silêncio. A mãe estava na cozinha, alheia. O alívio momentâneo disparou o desejo novamente. Marcos a beijou com mais força, a urgência se transformando em fúria controlada.
Segunda Pausa: Um ranger da madeira no andar de baixo, talvez a mãe se levantando. Eles pararam novamente, o coração de Marcos martelando contra as costelas de Joana. Ele cobriu a boca dela com a mão, e ela mordeu sua palma de leve, um pedido silencioso para continuar.
A necessidade de serem rápidos era a antítese do ritmo "romântico e lento" de seus primeiros planos, mas era infinitamente mais sensual, mais eletrizante. O ato deles era uma resposta, uma reafirmação de que eles também tinham direito a seus segredos, a seus prazeres noturnos.
Eles se moveram em sincronia febril, com os corpos tensos pelo prazer e pelo medo. A cumplicidade deles não era mais apenas na tragédia, mas na excitação do risco. Era a prova de fogo.
Quando o momento finalmente chegou, foi um choque silencioso e profundo. Joana enterrou o rosto no pescoço dele, e Marcos a abraçou com uma força que era tanto possessiva quanto protetora.
Eles ficaram ali, ofegantes, os corpos suados se separando lentamente.
"Foi por causa dela", Joana sussurrou, a voz ainda rouca, o rosto afundado na pele dele.
"Não", Marcos corrigiu, virando o rosto para encará-la, o hálito quente. "Foi por nossa causa. Por nosso segredo."
Ele se levantou e começou a recolher as roupas espalhadas, o silêncio da casa agora mais uma vez pesado. Eles se vestiram rapidamente, a tensão sensual substituída por uma cumplicidade fria.
Joana o acompanhou até a porta. Eles se olharam uma última vez, e o olhar dela era um aviso.
"Até o jantar", ela disse, a voz completamente normal. A farsa estava de volta.
Marcos concordou com a cabeça. Ele sabia que o segredo da mãe não havia destruído a família; apenas havia dado a ele e Joana a licença que precisavam para reacender o deles. Ele desceu as escadas para tomar café como se nada tivesse acontecido, o corpo ainda vibrando com a urgência do risco e o calor da irmã.