Léo e Sofia estavam vivendo um dos momentos mais doces de suas vidas: Sofia estava no sexto mês de gravidez, e a cada dia que passava, a ansiedade e a alegria de conhecer o pequeno Daniel preenchiam o apartamento. Léo adorava tocar a barriga de Sofia, sentindo os primeiros chutes, imaginando o futuro, os passeios de carrinho nos jardins do condomínio.
Mas, apesar da luz que o futuro filho trazia, Léo notava pequenas sombras. Sofia, embora grávida e bela, parecia cada vez mais absorvida por seu trabalho. As "reuniões essenciais" de arquitetura se estendiam por horas, e Léo sentia uma distância sutil crescendo entre eles. Ele atribuía isso ao cansaço da gravidez, às demandas da profissão dela, mas um alarme silencioso começava a tocar em seu interior. Ele era um policial; sua vida era feita de observar detalhes.
Seu melhor amigo e vizinho, Marcos, do Acesso 5, um advogado com um humor contagiante, sempre tentava dissipar as preocupações de Léo. "Relaxe, sargento! É a fase. Mulher grávida tem mil coisas na cabeça", Marcos dizia, rindo, enquanto brindavam na churrasqueira do condomínio.
Léo tentava acreditar. Tentava ignorar o perfume novo, mais intenso, que Sofia às vezes usava, ou a maneira como ela se esquivava de certas perguntas. Ele queria que a vida no Villas da Aurora fosse tão perfeita quanto parecia na superfície, especialmente agora, com Daniel a caminho. A ideia de que algo pudesse perturbar essa felicidade iminente era quase insuportável.
Um Conto sobre a vida cotifiana... sem erotismo!!!!!