Sofia e Marcos, entre os lençóis de seda. O corpo de Sofia, carregando seu filho, estava abraçado ao corpo de seu melhor amigo. A barriga proeminente da gravidez era um detalhe que transformava o ato em profanação dupla.
Marcos, com os olhos arregalados, não tentou se cobrir. Levou as mãos à cabeça, em um misto de culpa e pavor.
Sofia gritou o nome de Léo, tentando cobrir-se com o lençol.
Léo não gritou de volta. Sua fúria não era explosiva; era a frieza letal de um profissional em cena de crime.
"Vistam-se. Os dois. Agora." Sua voz era um murmúrio rouco, mas cada sílaba carregava o peso de uma sirene de polícia.
Léo recuou dois passos, levando a mão à cintura. Seus olhos, de policial experiente, fixaram-se em Marcos, o amigo do Acesso 5.
"Marcos," Léo disse, e o uso do nome soou como uma sentença de morte. "Você não é apenas um adúltero. Você é o ladrão da minha casa, da minha mente e do futuro deste bebê."
Léo sacou a arma, para dominá-los psicologicamente. Ele a levantou, a ponta prateada apontada para o teto do quarto. A arma que ele usava para proteger a sociedade agora estava voltada para o seu próprio mundo desmoronado.
Marcos encolheu-se; o pavor de ser morto pelo homem que traiu era palpável. Sofia soluçou, protegendo a barriga com as mãos.
"Três tiros," Léo rosnou, o som da voz ecoando a intensidade do que ele desejava fazer, mas não faria. "É o que você merecia, Marcos. Três tiros. Um pela amizade, um pelo casamento e um pelo meu filho."
Léo abaixou a arma e começou a pensar...
Léo abaixou a arma e, num impulso cego, deu três tiros em Marcos. O cheiro de pólvora encheu o ar, misturando-se ao perfume de Sofia.
"Mas eu não sou um criminoso," Léo disse, os olhos injetados, guardando a arma de novo. "Eu sou um policial. E minha vingança será dentro da lei."
Léo apontou para o corpo inerte de Marcos: "Você, Sofia, tem uma hora para sair do Acesso 5 e do condomínio. Eu não vou ligar para a Polícia Civil. Eu vou ligar para a imprensa. Eu vou ligar para o seu escritório. E eu vou ligar para a administração do Villas da Aurora. Eu vou te destruir socialmente."
Virando-se para Sofia, sua voz quebrou em um sussurro brutal: "E você, me diga. O bebê é meu?"
Sofia, tremendo, balançou a cabeça em negação, incapaz de falar. O silêncio era a confissão mais dolorosa.
Léo pegou a arma novamente e deu um tiro na cabeça de Sofia.
Léo deu as costas e saiu. Não pela porta da frente. Ele foi pela lavanderia e subiu pela varanda, voltando ao apartamento vizinho. O policial estava saindo de cena; o homem quebrado estava assumindo o controle.
O drama da traição no Acesso 7 havia transformado o condomínio perfeito no palco de uma guerra psicológica. O futuro de Daniel — o pequeno que nem se sabe se vai nascer — e seu futuro já estava irremediavelmente perdido
Um Conto sobre a vida cotifiana... sem erotismo!!!!!