Maria, a mais prática das duas, trancou-se no banheiro com o smartphone na mão. "Não vamos para a piscina", ela anunciou para Jéssica, que folheava uma revista de moda na cama. "Vamos descobrir quem são eles."
Jéssica franziu a testa. "Como? Não podemos voltar para a suíte delas. A Mãe disse que o que acontece lá, fica lá. Elas vão saber que fomos nós."
"Nós não vamos 'lá'", Maria respondeu, abrindo o armário. "Vamos dar uma volta 'inocente' pela área de serviço. Vamos conversar com quem não está na folha de pagamento para guardar segredo. Quem limpa, quem serve." Ela tirou uma nota de cem dólares da carteira. "Esta nota tem um poder persuasivo."
Vestidas com roupas de ginástica — uma desculpa perfeita para estarem andando pelas partes mais escondidas do resort —, elas seguiram por um caminho de pedras atrás dos bangalôs. Lá, encontraram um carrinho de limpeza parado perto de um jardim e uma mulher de uniforme arrumando um buquê de flores. Parecia a pessoa ideal para o plano.
Jéssica se aproximou, o coração acelerado. "Com licença, meu nome é Jéssica. Minha mãe, Daise, está em um dos 'Refúgios do Mar'. Ela deixou cair um cartão de visita ontem à noite. Eu nem deveria estar aqui, mas é um cartão importante."
A mulher, que se apresentou como Elena, olhou desconfiada. "Eu limpo os bangalôs normais. Não os Refúgios. Aqueles são muito exclusivos."
Maria entrou na conversa, deslizando discretamente a nota de cem para a mão de Elena. "É uma emergência familiar, Elena. Só precisamos do nome do hóspede. O sobrenome. Ela está no Refúgio D."
Elena olhou para o dinheiro e depois para as jovens. A grana falou mais alto que as regras do resort. Ela sussurrou, nervosamente: "Eu... eu vi a lista. O Refúgio D... são os Senhores Almeida. Eles são muito reservados. Chegaram ontem. Dois homens."
Senhores Almeida. O nome ecoou na cabeça das garotas. Não eram estranhos aleatórios. Parecia um sobrenome de família, ou talvez de amigos próximos.