Silas não se preocupou em vazar o segredo imediatamente. Em vez disso, ele usou o desejo insaciável que havia despertado nela para estabelecer uma nova e terrível condição.
Na manhã seguinte ao seu encontro na casa de campo, Isabella ligou. Estava desesperada por mais do prazer proibido.
— Quando podemos nos ver de novo? Ele está fora, mas volta amanhã. Eu preciso de você — implorou ela.
A voz de Silas, no telefone, era fria, profissional, e totalmente no controle.
— Eu preciso de uma prova, Isabella. De que você não me trairá como fez com ele. E de que você está pronta para destruir o seu marido.
— O que você quer? Dinheiro?
— Quero algo íntimo. Quero algo que toque a pele dele todos os dias, algo que você olhe e saiba que eu roubei, e que ele nunca saberá quem levou.
Isabella ficou em silêncio.
— O relógio dele. O Audemars Piguet que ele nunca tira do pulso, a não ser quando dorme. Eu quero esse relógio. Traga-o para mim. E então — a voz de Silas baixou para um sussurro cheio de promessas obscuras —, eu prometo a você uma noite de adoração em que você não terá que fingir satisfação. Eu farei você implorar por cada toque, e você me dirá todos os segredos de Vane que ainda esconde.
A chantagem funcionou. O roubo do relógio era a materialização da traição, e o desejo por Silas era o pagamento.
Dois dias depois, no loft de Silas, Isabella estava vestindo uma lingerie preta de renda barata (uma subversão de seu luxo habitual). O relógio de Vane, uma peça pesada de ouro branco, estava sobre a mesa de centro.
Silas pegou o relógio e o colocou no bolso, mal olhando para o objeto. Seus olhos estavam fixos em Isabella. Ele a fez esperar, saboreando o poder. A noite foi uma descida ao inferno que ela pedia. Silas a dominou, não com ternura, mas com a fúria e o controle que ela havia trocado pela liberdade. O prazer dela era misturado com a culpa e o medo de ser pega.
No pico do êxtase dela, com a voz de Isabella embargada de gemidos e súplicas, Silas sussurrou a sua última exigência:
— O relógio foi para provar sua lealdade. Agora, o golpe final. Onde eu encontro Sofia? Eu preciso que você me dê a chave para o ateliê dela. Preciso do acesso para provar que ele está usando a filha para fraudes. Você me dará Sofia, Isabella, e Vane perderá o seu maior troféu.
Isabella, sem fôlego e com o corpo tremendo, mal hesitou. A traição à enteada era o único preço que faltava para ela se libertar.
— O Ateliê da Antiga Lavanderia. Rua 17, código 4-1-8... Ele não vai lá. Ela está sozinha.
Silas sorriu, mas o olhar era glacial. Ele havia completado seu trabalho com a esposa. Ele havia roubado o amor dela, sua lealdade e agora, o relógio do marido.
O próximo alvo não seria uma amante desesperada, mas o legado intocável