Inventei uma desculpa no trabalho e, sai mais cedo, com a coragem da raiva e do tesão, fui até o apartamento dele no final da tarde, sem avisar. Eu queria invadir, possuir, lembrá-lo de quem era a sua "menina".
Subi as escadas, impaciente. A porta estava destrancada. Quando me aproximei, ouvi. Não eram gritos, mas gemidos profundos, guturais, misturados com o som inconfundível de carne batendo e tapas secos. Estampidos de tapas e gemidos de uma mulher e urros e xingamentos de um macho selvagem, do jeito que eu passei a gostar.
Meu coração parou. O cheiro dele estava ali, mas misturado com um perfume de mulher que não era o meu.
Eu andei na ponta dos pés até o quarto. A porta estava aberta. O que eu vi me destruiu.
Lucas estava lá, me virando as costas, nu, com aquela bunda dura e linda que eu tanto amava. De Joelhos na cama, de quatro, com o corpo arqueado e a bunda para o ar, estava uma mulher morena. Ele a possuía sem piedade, socando forte, com a força que eu implorava. A cada estocada, ele dava um tapa alto na bunda dela, e a mulher gemia um prazer rouco e selvagem que me fez encolher. Nossa a cena era hipnotizante, ele socando e ela gemendo, só via os cabelos daquela bela mulher voando para todo lado
Ele não estava sendo carinhoso; ele estava a destruindo. E eu, a idiota, achei que era a única que o excitava daquele jeito. Senti meu rosto queimar de vergonha. Eu era só mais uma. A "minha menina" era, na verdade, uma "qualquer". Ele socava com tanta vontade que fiquei com ciumes de não ter recebido essa violencia na minha buceta da maneira que ele a comia.
Me senti a esposa traída, mas também a amante humilhada. Saí dali tão rápido e silenciosamente quanto entrei. O ciúme me cortava a garganta, e as lágrimas escorriam incontroláveis. Estava excitada, maltratada, com raiva, com ódio, com tristeza, minhas ilusões foram destruídas.
Dirigi para casa em prantos, o rosto vermelho. Quando entrei, Pedro estava no sofá, jogando. Ele me viu e notou minha cara amuada.
— Ei, Isa. O que houve? Teve algum problema no trabalho? — ele perguntou, largando o controle (por incrível que pareça!).
Eu desabei no sofá, e ele me abraçou. Senti a diferença: o corpo macio, o cheiro de mofo e desinteresse dele. Mas na minha dor, eu só conseguia pensar em apagar o fogo de Lucas com ele. Eu queria o conforto da minha vida, a segurança do meu marido.
Eu o beijei desesperadamente, com a urgência que ele nunca teve. Joguei-o no chão, arranquei a camisa dele. Ele ficou surpreso, mas aceitou.
— Nossa, Isa. Que tesão é esse? — ele riu, sem entender.
Subi em cima dele, me esforçando para sentir algo, qualquer coisa, mas a imagem do cacete cabeçudo de Lucas socando a outra mulher me assombrava. Eu cavalgava Pedro com fúria, implorando internamente que ele me fizesse esquecer o vizinho. Dava tapas em seu rosto, ele desviava, pegava suas mãos e o impulsionava para receber tapas na minha bundinha, rebolava com rapidez, com raiva, com desejo, imaginando ser Lucas, até fechei os olhos para vizualizar melhor meu Lucas.
Mas, como sempre, ele não aguentou. Com menos de dois minutos de reboladas, ele gemeu baixinho e gozou, se desmanchando. Saiu de dentro de mim mole e satisfeito.
— Ufa! Que bom que você resolveu... melhorar o clima. — ele disse, voltando-se imediatamente para o computador para reconectar com o jogo.
Eu fiquei ali, nua e molhada, o tesão pulsando incontrolável. Eu não conseguia mais me contentar com menos. A tentativa de voltar à normalidade me deixou mais desesperada e dependente do Lucas. Fui transar para me acalmar e fiquei mais puta ainda, nossa que raiva estou do frouxo que tenho.
Mais tarde, enquanto Pedro jogava, eu peguei o celular e mandei uma única mensagem, fria:
— Eu te vi, Lucas. Eu vi a outra mulher.
Ele demorou cinco minutos. Meu coração martelava.
— Sabia que você viria, menina impulsiva. E não, eu não sou exclusivo. Não posso ser exclusivo com uma mulher casada que corre para o marido quando se assusta.
A verdade crua me atingiu. Ele estava certo. Eu não podia exigir dele o que não podia dar.
— Você me usou.
— Nós nos usamos, Isa. E você amou cada segundo. Você se sentiu mulher de verdade. Vamos conversar amanhã, no almoço. Pense nisso: você tem que escolher o que quer de mim. Você me quer? Então aceite minhas regras.
Desliguei o celular. Não havia lágrimas. Só uma certeza fria: eu o queria mais do que nunca. A dor do ciúme e a frustração com Pedro se transformaram em uma necessidade doentia de voltar para a virilidade e a dominação de Lucas, mesmo que fosse em um mundo compartilhado.
Meninas, estou perdida. O meu corpo só obedece ao Lucas. O que faço? Eu me submeto à não-exclusividade e aceito ser a amante devota, ou tento lutar pela exclusividade, sabendo que isso pode me custar tudo?




