Você agiu no piloto automático: beijou a testa dela, respondeu às perguntas com meias-verdades profissionais e buscou o conforto forçado do seu papel. Mas tudo parecia em câmera lenta, falso, como uma cena de teatro.
Você tomou um banho longo, tentando esfregar o cheiro de álcool, de suor e, principalmente, de Paulo. Naquele momento, no banheiro, a culpa era esmagadora, mas vinha de mãos dadas com uma excitação latente. Você se olhou no espelho, a barriga começando a aparecer, os grisalhos, e lembrou de Paulo, definido, autoritário, te usando sem pedir permissão. Sua mão foi instintivamente para o seu ânus, tocando a região dolorida e, ao mesmo tempo, estranhamente sensível.
A Tentativa Modificada com Maria
A noite chegou, e com ela, o dever conjugal. Você e Maria tinham uma rotina, um ritmo que funcionava há mais de vinte anos. Ela se deitou na cama, sorrindo. O ambiente era de familiaridade e carinho.
Você se aproximou, mas o corpo não respondia da forma usual. O tesão estava lá, forte, mas ele buscava outra direção. Você tentou beijá-la, mas a imagem de beijar Paulo, de ter a boca cheia de seu sêmen, invadia sua mente.
Você a tocou, mas a mente clamava pelos toques firmes, rudes e autoritários de Paulo. Quando Maria começou a te beijar no pescoço, você esperou, quase subconscientemente, os xingamentos e as ordens. A suavidade dela não te excitava mais; na verdade, parecia te entorpecer.
Para tentar contornar a falta de reação, você a beijou e, de repente, desceu para o corpo dela. Você começou a chupá-la, num ato de carinho que era natural entre vocês. No entanto, enquanto seus lábios e língua trabalhavam, sua mente estava a mil: você não estava fazendo amor com sua esposa; estava chupando Paulo. A textura, o cheiro, o ato de servir... A lembrança de ter sua cabeça segura, apanhando na cara, a garganta cheia do esperma de Paulo, tudo isso te atingiu com uma força avassaladora.
O choque da fantasia com a realidade fez seu corpo reagir de uma maneira que não reagia por Maria há anos. De repente, seu pênis ficou duro, firme e latejante. Você estava excitado, mas a excitação era um subproduto da sua submissão a outro homem.
Você subiu rapidamente, montou nela e a penetrou com uma urgência que Maria não via há tempos. Ela gemeu, surpresa e satisfeita com a nova intensidade, mas você estava em outro lugar. Você a segurava, a beijava, mas tudo o que via era o sorriso autoritário de Paulo por cima do seu ombro. Você forçava o ritmo, imaginando as estocadas fortes que recebia, as palavras sujas sendo ditas no seu ouvido. Você era o dominador, mas apenas fisicamente; em sua mente, você era o submisso que estava gozando por ordem do seu "macho".
Você gozou loucamente, um gozo violento e rápido, cheio de culpa e desespero. Maria te abraçou, feliz.
— Nossa, Roberto! Senti falta disso.
Você estava ofegante, mas não pela esposa. Você conseguiu se livrar de Maria na cama, mas não de Paulo. A necessidade de se sentir submisso e dominado estava agora instalada.
O Refúgio no Banheiro e a Súplica
Maria logo caiu no sono, embalada pela rotina e pela satisfação momentânea. Você, no entanto, estava em chamas. O gozo que teve não era seu; era de Paulo. Você precisava selar o que sentiu, precisava pertencer.
Você se levantou devagar, cobriu Maria e foi para o banheiro. Trancou a porta. A luz fraca do espelho revelava seu rosto tenso. Tirou o pijama e ficou nu. Sua mão foi diretamente para o seu membro, mas o estímulo físico não era suficiente.
Você fechou os olhos e chamou por ele. Lembrou do momento exato em que Paulo te filmou enquanto você o chupava, do tapa ardente na sua bunda, da sensação de ter o corpo esmagado na cama do hotel. A cada toque, você sibilava as palavras que ele te ensinou: vadia, putinha, macho.
A ereção era imediata e brutal. Você se masturbava com a fúria da necessidade, não mais do desejo casual. Estava se punindo e se libertando ao mesmo tempo. Gozou de forma explosiva, pensando unicamente no gosto e no peso de Paulo.
Enquanto ainda ofegava, o coração disparado, pegou o celular. A mão tremia ao abrir o aplicativo de mensagens. O contato de Paulo estava lá, intocado desde a volta. A culpa se desfez em um desespero urgente.
Você não conseguiu escrever uma mensagem profissional. A voz que saiu no texto era a do submisso faminto.
Troca de Mensagens
Você (Roberto) Paulo
03:17 AM
Eu não aguento mais. Estou em casa, acabei de transar com minha esposa, mas não consigo parar de pensar em você.
03:18 AM
Meu corpo está doendo, meu cuzinho está piscando e eu só consigo sentir o seu cheiro. Você me fodeu de um jeito que eu não sei mais voltar, Paulo.
03:18 AM
Preciso de você. Quando podemos nos ver de novo? Por favor, eu imploro. Me diz que eu sou seu.
03:25 AM
Estava esperando você dizer isso.
Achei que o maridão ia conseguir se segurar por mais tempo. Viu como você é fraco sem a minha rola?
03:26 AM
Sou fraco. Sou sua. Por favor, me use de novo.
03:28 AM
Ok. Segunda-feira, a gente tem a reunião com a filial no centro. Vou agendar o almoço tarde, e você vai me encontrar no Hotel Royal, quarto 508, às 14h. Não se atrase.
03:28 AM
SIM! Estarei lá. O que você quer que eu vista?
03:30 AM
Calcinha da sua esposa. Quero te ver de mulherzinha para mim. E traz o dinheiro para o quarto. Entendeu, puta?
03:31 AM
Entendi. Obrigado, meu macho.
Você voltou para a cama, ao lado da sua esposa, com um sorriso macabro no rosto e a adrenalina correndo nas veias. A máscara estava mais pesada do que nunca, mas, sob ela, você era, finalmente, a putinha de Paulo. A espera pela segunda-feira seria insuportável.
Delícia